Manejo seguro dos pacientes em ventilação mecânica invasiva
- Checagem de segurança
Quando realizar: início e durante o turno
Procedimento:
- Garanta ambu( e máscara para ressuscitação e que sucção/aspiração estejam disponíveis e funcionando;
- Cheque/registre a profundidade de inserção do tubo orotraqueal - TOT (para que você possa rapidamente reconhecer se o TOT mudar de posição);
- Verifique se há vazamentos audíveis, som de borbulhas ou vocalização pelo TOT;
- Verifique se todas as conexões do circuito do respirador (incluindo a conexão do TOT ) estão seguras;
- Garanta que o oxímetro esteja conectado e SpO2 aparecendo no monitor.
- Avaliação e monitoramento do paciente
Quando realizar: início e durante o turno
Procedimento:
- Secreção nas vias aéreas: ouça, sinta e veja (no TOT) a presença de secreção - o alarme do respirador geralmente dispara devido a secreções.
- A presença de secreção causa queda na SpO2 e requer aspiração.
- Posicionamento: mantenha a cabeceira da cama sempre elevada a 30⁰ (exceto se o paciente estiver pronado)
- Garanta mudança de posição a cada 2-4 horas (12-16 horas se pronado).
- Sedação e dor: verifique nível de sedação a cada 2-4 hs ou mais frequentemente se fizer bolus:
- O respirador disparando alarme pode indicar que a sedação está diminuindo – mantenha sedação suficiente para tolerar ventilação/prevenir agitação;
- Pacientes no respirador podem ter dor (embora não possam verbalizar) e vários sedativos não apresentam propriedade analgésica – lembre-se de considerar analgesia.
- Cuidado oral: remova secreções da cavidade oral, hidrate a boca e lábios a cada 4 horas; escove os dentes 1-2x ao dia.
Fonte: Quick ICU Treinamento Rápido em UTI para COVID-19 - Adaptado de: Desenvolvido por Louise Rose, RN, PhD, the British Association of Critical Care Nursing, and King's Health Partners - Tradução livre por Cristiana Borjaille, MD
PRINCIPAIS CUIDADOS DE SEGURANÇA E QUANDO CHAMAR AJUDA |
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Desconexão do respirador. Reconecte o circuito ao paciente imediatamente. SpO2 < 90%: verifique a acurácia da leitura do oxímetro. Chame ajuda caso a Sp02 permaneça baixa por tempo > 1-2 min. Respirador com alarme tocando – não ignore ou silencie. Chame ajuda imediatamente se o paciente estiver dessaturando; peça reavaliação quando possível se o paciente estiver estável. O efeito da sedação terminou e o paciente está perigosamente agitado. Chame ajuda imediatamente para prevenir remoção do TOT. |
Fonte: Quick ICU Treinamento Rápido em UTI para COVID-19 - Desenvolvido por Louise Rose, RN, PhD, the British Association of Critical Care Nursing, and King's Health Partners - Tradução livre por Cristiana Borjaille, MD
A implantação de algumas intervenções são recomendadas para evitar complicações e agravos do paciente com COVID-19. Confira, no quadro abaixo, o resultado antecipado das indicações para cada caso:
Para evitar complicações/agravos do paciente
RESULTADO ANTECIPADO | INTERVENÇÃO |
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Reduzir dias de ventilação mecânica invasiva |
Utilizar protocolos de desmame que incluam avaliação diária da capacidade respiratória espontânea; Minimizar a sedação, contínua ou intermitente, visando a pontos finais de titulação específicos ou com interrupções diárias de infusões sedativas contínuas. |
Reduzir incidência de pneumonia associada à ventilação |
Prefira intubação oral à nasal e realize higiene oral regularmente; Mantenha o paciente em posição semireclinada (cabeceira elevada entre 30° e 45°). Use sistema de sucção fechado; drene periodicamente e descarte o condensado em tubulação; Utilize um novo circuito de ventilação para cada paciente; realize a troca sempre que estiver sujo ou danificado, mas não rotineiramente;Troque o umidificador quanto houver mau funcionamento, sujidades ou a cada 5-7 dias, seguindo as recomendações do fabricante e de acordo com os protocolos definidos pela CCIH do serviço de saúde; Reduza o tempo de ventilação mecânica invasiva. |
Reduzir incidência de tromboembolismo venoso |
Use profilaxia farmacológica em pacientes sem contraindicação. Caso haja contraindicações, use profilaxia mecânica. |
Reduzir incidência de infecção sanguínea por catéter |
Adote uma lista simples de verificação para lembrete da data de inserção do cateter e sua remoção quando não for mais necessário. |
Minimizar ocorrência de úlceras de decúbito |
Promover mudança de decúbito a cada duas horas, observando a estabilidade do paciente. |
Reduzir incidência de úlceras por estresse e sangramento gastrointestinal |
Ofertar nutrição enteral precoce (entre 24-48 horas da admissão); Administrar bloqueadores dos receptores de histamina-2 ou inibidores de bomba de prótons em pacientes com fatores para sangramento gastrointestinal (coagulopatias, hepatopatias, outros). |
Reduzir incidência de doenças relacionadas à permanência em UTI |
Mobilidade precoce do paciente no início da doença, quando for seguro realizar. |
Fonte: Ministério da Saúde. Adaptado da Organização Mundial da Saúde
A Dra. Juliana Ferreira, pneumologista e intensivista no Hospital das Clínicas da USP comenta sobre o d-dímero e o uso de anticoagulantes em pacientes com COVID-19.
A íntegra desse debate está disponível no YouTube, no canal da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
Visão integral da atenção ao paciente com COVID-19
A Dra. Denise Machado Medeiros, médica intensivista do Instituto Nacional de Infectologia Evando Chagas (INI/Fiocruz) conversou com o Campus Virtual Fiocruz sobre vários aspectos do cuidado intensivo a pacientes com COVID-19, desde os casos mais leves, até os casos mais graves. Veja a conversa na íntegra:
Assuntos aborrdados no vídeo
- Sinais, sintomas e exames: a partir do início do vídeo
- Manejos de casos graves - a partir de 18min58s
- Critérios de internação - a partir de 21min10s
- Suporte Respiratório - a partir de 23min36s
- Ventilação protetora - a partir de 34min00s
- Suporte Farmacológico - a partir de 35min41s