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IMUNIDADE

IMUNIDADE

A bem-vinda imunidade cruzada de outros coronavírus com SARS-CoV-2

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A recente síndrome respiratória Covid-19, associada ao novo coronavírus SARS-CoV-2, que se tornou uma pandemia, gerando transformações importantes nos setores sócio-econômicos, científicos, governamentais, e comportamentais em nível mundial, permanece despertando interesse científico para o esclarecimento de hipóteses e “curiosidades” sobre a dinâmica de transmissão e imunidade entre indivíduos.

Um dos aspectos intrigantes, desde o início da pandemia de Covid-19 está relacionado ao fato de que muitos contactantes direto de casos positivos assintomáticos ou sintomáticos, incluindo profissionais de saúde claramente expostos, ou cônjuges com contato íntimo com pacientes, não contraíram a doença.

Leia também: Covid-19: Pesquisadores testam exame barato e rápido

Há a possibilidade de imunidade cruzada?

De forma a esclarecer essa e outras hipóteses, Grifoni e colaboradores (2020), pesquisadores americanos, em um estudo amplo sobre aspectos diversos da imunidade celular e humoral para SARS-CoV-2 com metodologias moleculares diversas, avaliaram diferentes aspectos relacionados à infecção e a doença Covid-19. Os principais achados estão descritos abaixo:

  1. Pacientes com Covid-19 em fase de convalescência foram avaliados quanto a presença de células T CD4+ e CD8+ com resposta a peptídeos específicos de SARS-CoV-2, e identificaram a presença dessas células em 100% e 70% dos indivíduos estudados, respectivamente, o que sugere as melhores estruturas peptídicas imunogênicas com potencial vacinal, com produção efetiva de IgA e IgG e células T CD4+ de memória. Os principais alvos observados foram epítopos das proteínas M, N e da espícula, com respostas adicionais para nsp3, nsp4, ORF3a e ORF8.
  2. Foram detectadas células T CD4+ reativas ao SARS-CoV-2 em 40 a 60 % dos indivíduos não expostos anteriormente ao vírus e não doentes, sugerindo a reação cruzada gerada por infecção prévia por outros coronavírus respiratórios (HCoV-OC43 e HCoV-NL63 RBD, representantes de betacoronavírus e alfacoronavírus, respectivamente) em infecção tipo resfriado comum ou outras. Tais pacientes apresentaram IgG em níveis detectáveis para esses coronavírus citados.

Conclusão

Tais observações reforçam a hipótese de que indivíduos previamente infectados por coronavírus diferentes de SARS-CoV-2, como HCoV-OC43 e HCoV-NL63 RBD, apresentam resposta imunológica efetiva para Covid-19 e não desenvolvem a doença, mantém-se assintomáticos mesmo mediante infecção/exposição ou apresentam curso subclínico e/ou não produzirão anticorpos específicos que dêem resultados positivos em testes diagnósticos específicos para SARS-CoV-2.

Maiores detalhes sobre o estudo citado podem ser observados nas referências abaixo.

Autor(a):

Referências bibliográficas:

  • Grifoni A, et al. 2020. Targets of T cell responses to SARS-CoV-2 coronavirus in humans with Covid-19 disease and unexposed individuals. 2020 May 20: S0092-8674(20)30610-3.
  • Grifoni A, et al. 2020. A Sequence Homology and Bioinformatic Approach Can Predict Candidate Targets for Immune Responses to SARS-CoV-2. Cell Host Microbe. 2020 Apr 8;27(4):671-680.e2.

 

É possível ter algum grau de imunidade à Covid-19 antes mesmo de pegar a doença?

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A resposta imune contra o novo coronavírus, o SARS-CoV-2, tem sido amplamente estudada, apesar de ainda termos poucos resultados para o assunto. Isso porque, dentre as várias estratégias de enfrentamento possíveis para essa doença, talvez a mais potente seja investir na imunização. Várias vacinas têm sido testadas e, junto à demanda de desenvolvimento de formulações eficazes, há também a dúvida sobre o quanto a imunidade contra a Covid-19 realmente é tão protetora quanto precisamos. Perguntas frequentes quanto qual tipo de imunidade é mais importante contra esse novo vírus ou quanto tempo essa imunidade dura são algumas das mais frequentes.

Leia também: Vacina contra Covid-19: como profissionais de saúde podem participar dos testes?

Apesar de a resposta imune humoral ser a mais objetivada através das vacinas, um corpo de evidências frequentes tem evidenciado como a imunidade celular também tem papel importante na fisiopatologia da Covid-19. Além disso, quando falamos de infecções virais é comum encontrarmos a chamada imunidade pré-existente, em que o contato prévio com outros vírus semelhantes permite ao sistema imune “pular etapas” e reagir com mais intensidade e rapidez a um vírus novo.

Logo, vários pesquisadores de diferentes países começaram a testar se esse tipo de imunidade afeta também o SARS-CoV-2. E o que eles descobriram? Que os linfócitos de até 50% dos indivíduos não expostos à Covid-19 apresentam algum tipo de reatividade ao novo vírus.

Estudo sobre imunidade à Covid-19

Um estudo estadunidense, por exemplo, testou linfócitos de amostras de sangue doadas entre 2015 e 2018 (antes do surgimento do novo coronavírus) e descobriu que até 50% deles reagiam ao novo vírus como uma forma de resposta imune pré-existente. A maior reatividade era contra outras partes do vírus que não a proteína de espícula, que é a mais específica dele, mas também foi observada reação a esse antígeno.

Ao todo, cerca de 5 estudos já demonstram claramente esse tipo de imunidade, sendo encontrada reatividade em todos os tipos de linfócitos T (CD4 helper, CD4 killer e CD8). É importante lembrar que nenhum dos indivíduos analisados nessas pesquisas havia sido infectado por ou tido qualquer tipo de contato com o novo coronavírus. Mais interessante ainda é que esse padrão foi observado em diferentes localizações geográficas. Isso levou os cientistas a concluírem que esse tipo de imunidade pré-existente pode ser ubíquo.

Busca de respostas

A principal teoria é a de que essa imunidade surge de uma reação cruzada em que linfócitos previamente sensibilizados por outros coronavírus (frequentes causadores de resfriados comuns) reagem ao subtipo mais presente por causa de sua composição semelhante. Estima-se que aproximadamente 90% da população mundial seja soropositiva para pelo menos 3 tipos de coronavírus diferentes.

A importância desse tipo de conhecimento encontra-se no fato de que a imunidade pré-existente pode interferir na intensidade da Covid-19. Presume-se que tal reação cruzada possa explicar, por exemplo, porque algumas pessoas têm formas tão leves e outras formas tão graves ao longo de todas as faixas etárias. Para outros vírus, a imunidade pré-existente é especialmente importante na articulação da resposta imune em mucosas, incluindo as respiratórias, que são a principal porta de entrada do SARS-CoV-2.

Saiba mais: Falta de protocolo de tratamento para a Covid-19 é o maior desafio para profissionais

Um exemplo desse tipo de reação é encontrado na forma de influenza causada pelo H1N1. A distribuição de gravidade dos casos segue um formato em “V”, de forma que os mais graves acontecem em pessoas jovens enquanto os idosos saudáveis têm menor incidência de complicações. Uma das explicações para isso é que, décadas atrás, o mundo passou por uma pandemia causada por outro tipo de H1N1 e a reatividade cruzada (presente nos idosos) gerada por essa exposição prévia é o que faz com que a doença seja menos intensa em idades mais avançadas.

Conclusão

Porém, por mais atraente que essa perspectiva seja, ainda é muito cedo para empolgação. Primeiramente, a imunidade pré-existente não consegue explicar sozinha porque a Covid-19 é tão mais grave em idosos, ao mesmo tempo que é praticamente assintomática em crianças. Além disso, em outros tipos de infecções virais, como é o caso da dengue, a reatividade cruzada é mais deletéria que benéfica; na verdade, resulta em uma doença mais grave na segunda infecção. Em outras palavras, ainda não se sabe se essa imunidade pré-existente ao novo coronavírus atenua ou piora a sua infecção.

Outra complicação é que a existência dessa reatividade cruzada pode falsear os resultados do desenvolvimento de vacinas. Indivíduos com imunidade pré-existente, por exemplo, podem desenvolver uma reação mais potente à vacina. Isso daria a falsa impressão de que a vacina em si é que é muito eficaz.

São necessários ainda mais estudos para estabelecer a real importância da imunidade pré-existente à Covid-19. De qualquer maneira, é importante que os estudos e desenvolvimento de vacinas se atentem para a existência dela a fim de melhor controlar as intervenções e gerar resultados mais confiáveis.

Autor(a):

Referências bibliográficas:

  • Sette A. Crotty S. Pre-existing immunity to SARS-CoV-2: the knowns and unknowns. Nature Reviews Immunology, 2020 jul 7; 1-2. Springer Science and Business Media LLC. doi:10.1038/s41577-020-0389-z.

 

 

Coronavírus: o que a Ciência já sabe sobre imunidade pós-covid

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Como você se torna imune ao coronavírus?

Nosso sistema imunológico é a defesa do corpo contra infecções, e é composto, basicamente, por duas partes. A primeira está sempre pronta para agier quando qualquer invasor é detectado no corpo. É conhecida como a resposta imunológica natural e inclui a liberação de substâncias químicas que causam inflamação e células brancas capazes de destruir células infectadas.

Mas esse sistema não é específico para o coronavírus. Ele não irá aprender e tampouco lhe dará imunidade contra o coronavírus.

Em vez disso, será necessária a resposta imune adaptativa, que inclui células que produzem anticorpos específicos que podem aderir ao vírus para neutralizá-lo e células T que podem atacar apenas as células infectadas com o vírus, a chamada resposta celular.

Isso leva tempo - estudos indicam que é preciso cerca de 10 dias para que o organismo comece a produzir anticorpos que possam atacar o coronavírus e para que os pacientes mais doentes desenvolvam uma resposta imunológica mais forte.

Se a imunidade adaptativa for forte o suficiente, então pode deixar uma memória duradoura da infecção, que garantirá proteção no futuro.

Não se sabe até agora se pessoas que têm apenas sintomas leves, ou que não apresentam sintoma nenhum, irão desenvolver uma resposta imune adaptativa suficiente.

Cientistas ainda trabalham para compreender o papel dessas células T na resposta à covid-19. Mas um estudo recente apontou que pessoas que testaram negativo para anticorpos contra o coronavírus ainda podem ter alguma imunidade.

Para cada pessoa que testou positivo para anticorpos, o estudo encontrou duas que tinham células T específicas que identificam e atacam células infectadas.

 

Quanto dura a imunidade?

 

A memória do sistema imunológico é como a nossa - se lembra claramente de algumas infecções, mas esquece de outras.

O sarampo, por exemplo, é altamente memorável - um único contato dá imunidade para a vida inteira (como fazem a versão enfraquecida dos vírus na vacina tríplice viral contra sarampo, rubéola e caxumba).

Há muitas outras infecções, no entanto, que são plenamente "esquecíveis". Crianças, por exemplo, podem pegar o vírus respiratório sincicial muitas vezes durante um mesmo inverno.

O novo coronavírus, o chamado Sars-CoV-2, não é conhecido há tempo suficiente para se saber o quanto dura a imunidade contra ele, mas há outros seis coronavírus que atingem humanos e podem dar uma pista.

Quatro deles produzem os sintomas de uma gripe comum e a imunidade é curta. Estudos mostram que, nesses casos, pacientes podem ser reinfectados em menos de um ano.

No caso dos dois outros vírus - os que causam Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) -, anticorpos foram detectados alguns anos depois.

"A questão não é se você se torna ou não imune, é por quanto tempo", afirmou Paul Hunter, um professor de medicina na University de East Anglia. Ele acrescenta: "É quase certo que não durará por toda a vida", diz.

"Baseado nos estudos de Sars é possível que a imunidade só dure cerca de um ou dois anos, embora ainda não se tenha certeza sobre isso."

Mesmo se você não estiver completamente imune, no entanto, é possível que uma segunda infecção não seja tão grave.

 

Alguém já pegou Covid duas vezes?

 

Há relatos preliminares de pessoas que parecem ter sido infectadas mais de uma vez pelo novo coronavírus em um período curto de tempo.

Mas o consenso científico é de que a questão eram os testes, com os pacientes sendo incorretamente informados de que estavam livres do vírus.

Ninguém foi deliberadamente reinfectado com o vírus para testar a imunidade, mas alguns macacos rhesus foram submetidos a tal experiência.

Eles foram infectados duas vezes, uma para estimular uma resposta imunológica e uma segunda vez três semanas depois. Esses experimentos, muito limitados, mostraram que eles não desenvolveram os sintomas novamente depois de uma reinfecção tão rápida.

 

Se eu tenho anticorpos, estou imune?

 

Não há garantia sobre isso, e é por isso que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem demonstrado preocupação com países que estão adotando os chamados "passaportes de imunidade" como maneira de sair do lockdown.

A ideia da estratégia é que se você passar no teste de anticorpos estará seguro para voltar a trabalhar. Isso poderia ser particularmente valioso para equipes de saúde em casa ou em hospitais que entram em contato com pessoas do grupo de risco de desenvolver sintomas graves.

Mas, ao mesmo tempo que você encontra alguns anticorpos em quase todos os pacientes, nem todos são iguais. Anticorpos neutralizadores são aqueles que aderem ao coronavírus e são capazes de impedir que eles infectem outras células.

Um estudo realizado com 175 pacientes recuperados na China mostrou que 30% tinham níveis muito baixos de anticorpos neutralizadores.

É por isso que a OMS diz que a "imunidade celular [a outra parte da resposta adaptativa] também pode ser fundamental para a recuperação".

Outra questão é que só porque você pode estar protegido pelos seus anticorpos não significa que não possa ainda abrigar o vírus e o transmitir para outras pessoas.

 

Por que a imunidade é importante?

 

A questão da imunidade importa por razões óbvias de saúde e porque define se você vai pegar covid-19 diversas vezes, e com que frequência.

A imunidade também ajudará a definir o quão mortal o vírus é. Se as pessoas retiverem alguma proteção, ainda que imperfeita, isso tornará a doença menos perigosa.

Entender a imunidade poderia ajudar a relaxar o confinamento, se ficar claro quem não está em risco de pegar e nem espalhar o vírus.

Se for muito difícil produzir imunidade de longo prazo, pode significar que conseguir uma vacina será uma tarefa mais difícil. Ou pode mudar a maneira como a vacina precisa ser usada - poderá ser uma vez na vida ou uma vez por ano, como a vacina contra a gripe.

E a duração da imunidade, seja por infecção ou por vacinação, nos dirá se somos ou não capazes de impedir que o vírus se espalhe.

Todas são grandes perguntas para as quais ainda não existe resposta.

 

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