Redação e estilo de escrita

1. Estilo narrativo

A seguir, são propostas algumas orientações básicas de redação acadêmica.

  • O texto deve ser escrito de maneira impessoal, na terceira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural. A pessoa gramatical escolhida deve ser mantida ao longo de todo trabalho.
  • Tente ser coerente com o uso dos tempos verbais.
  • Quando se faz referência a conhecimentos gerais ou que já foram publicados, recomendase empregar o presente do indicativo (p. ex. Este autor observa, propõe, avalia, etc.).
  • Quando se faz referência a uma parte dedicada ao próprio trabalho, é melhor empregar o passado (p. ex. observou-se/observamos, propôs-se/propusemos, avaliou-se/avaliamos, etc.).
  • Recomenda-se apresentar os resultados com segurança: evite o uso do potencial (poderia…), evitar “etc.” em excesso (se necessário, dê preferência a listas completas) ou evite termos relacionados com suposições ou opiniões (acreditamos, talvez fosse…).
  • Quando proporcionamos dados numéricos (75% dos australianos), estes devem vir acompanhados da fonte correspondente.
  • Quando se faz referência a menções ou expressões externas, estas também devem vir acompanhas de sua fonte. Portanto, é melhor evitar expressões do tipo “ultimamente, acredita-se que…”.
  • É preciso eliminar as possíveis ambiguidades e conceitos que se mostrem pouco claros.
  • Utilize traços, letras ou números para listas de conceitos se você achar necessário.

2. Estilo de redação

É indiscutível que cada autor tem um estilo de escrita próprio, mas isso não exclui que o texto deve seguir um estilo adequado ao contexto acadêmico. Dentro da liberdade que cada autor tem, proporciona-se abaixo uma série de conselhos que promovem uma melhor leitura do texto. Seja como for, as normas básicas que determinam qualquer estilo de redação são: coerência e simplicidade.

  • Mantenha um estilo coerente ao longo do texto.
  • Escreva orações curtas. É preferível um estilo “telegráfico”, porém claro, do que um estilo enrolado e confuso. Uma ideia clara pode ser expressada em uma frase curta e simples. É importante destacar que uma oração termina com “ponto” ou “ponto e vírgula”, mas nunca com somente “vírgula”.
  • Certifique-se de que todas as suas frases contenham um verbo (conjugado). Ao escrever frases longas, pode acontecer de esquecer-se do verbo principal. Uma frase sem um verbo conjugado é uma fase incompleta.
  • Procure construir suas orações na ordem clássica (sujeito-verbo-objeto). Fazer variações originais costuma atrapalhar a redação.
  • Evite o excesso de orações subordinadas. É comum es escrever frases longas com muitas orações subordinadas. Nestes casos, é bom perguntar-se qual é a ideia principal e dar-lhe a forma de uma oração breve e completa. Em seguida, as orações podem ser transformadas em frases complementares, mas independentes, breves e completas. Desta maneira, uma frase longa e confusa transforma-se em um parágrafo de orações breves e coordenadas.
  • É recomendável moderar o uso de reticências, interjeições entre traços e parênteses.
  • Evite parágrafos de uma só oração. Todo parágrafo deve conter uma oração principal e, junto com ela, orações de apoio (argumentativas, explicativas, de exemplificação, etc.). Faça do parágrafo uma unidade de redação.
  • Optar por nomes coletivos antes de derivá-los por gênero, sempre que possível (“os estudantes” ou “o corpo discente” soam melhor que “os alunos e as alunas”).
  • Escreva, sempre que possível de forma afirmativa: é melhor “lembrar que” do que “não esquecer que”.
  • Opte pela simplicidade. Por exemplo, evite “o qual”, “o que” ou “cujo” (e derivados) quando é possível usar somente “que”. Opte por formas simples dos verbos ao invés de usar perífrases (“manter” ao invés de “efetuar manutenção”) e escolha advérbios ao invés de locuções adverbiais (“se” em vez de “no pressuposto de que”).