Síndromes clínicas associadas à infecção por SARS-CoV-2
- Doença branda
Quadro compatível com infecção de vias aéreas superiores, sem sinais de desidratação, dispneia, sepse ou disfunção de órgãos. Os sinais e sintomas mais comuns são: - febre
- tosse
- dificuldade para respirar
- dor na garganta
- congestão nasal
- cefaleia
- mal-estar
- mialgia
 Pacientes imunodeprimidos, idosos e crianças podem apresentar quadro atípico e não apresentar sinais de desidratação, febre ou dificuldade para respirar. Em gestantes, devido a adaptações fisiológicas ou eventos adversos na gravidez, dispneia, febre, sintomas gastrointestinais ou fadiga podem se sobrepor aos sintomas da COVID-19. 
- Pneumonia sem complicações
Infecção do trato respiratório inferior sem sinais de gravidade. Criança sem sinais de pneumonia grave com tosse ou dificuldade para respirar + respiração rápida. Observação: Seguem os valores de referência de frequência respiratória de acordo com a faixa etária para avaliação: - 1 a 12 meses: 30 a 53 irpm
- 1 a 2 anos: 22 a 37 irpm
- 3 a 5 anos: 20 a 28 irpm
- Escolar: 18 a 25 irpm
- Adolescente: 12 a 20 irpm
 
- Pneumonia severa
Adolescente ou adulto: infecção do trato respiratório inferior com algum dos seguintes sinais de gravidade descritos a seguir: - frequência respiratória > 30 incursões por minuto;
- esforço respiratório severo;
- SpO2 < 93% em ar ambiente;
- cianose;
- disfunção orgânica.
 Crianças com tosse ou dificuldade para respirar e pelo menos mais um dos critérios seguintes: - cianose central ou spO2<90%;
- esforço respiratório severo;
- sinais de PNM com aspectos de gravidade:
- 
- uso de musculatura acessória para respiração;
- incapacidade ou recusa de amamentar ou ingerir líquidos;
- sibilância ou estridor em repouso; vômitos incoercíveis;
- alteração do sensório: irritabilidade ou sonolência, e convulsões.
 
 A frequência respiratória que denota gravidade em crianças dependerá da idade, a saber: - <2meses: ≥60irpm;
- 2 a 11 meses: ≥50irpm;
- 1 a 5 anos: ≥40 irpm
 O diagnóstico é clínico. Imagens torácicas podem identificar ou excluir complicações. 
- Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA)
Início ou agravamento dos sintomas respiratórios até uma semana do aparecimento da doença. Pode ainda apresentar: - alterações radiológicas (infiltrados, opacidades bilaterais, atelectasia lobar/pulmonar ou nódulos);
- edema pulmonar não explicado por insuficiência cardíaca ou hiper-hidratação;
- comprometimento da oxigenação em adultos e crianças:
 Adultos: - Sara leve: 200 mmHg < PaO2/FiO2 ≤ 300 mmHg (com Peep ou Cpap ≥ 5 cm H2O, ou não ventilado).
- Sara moderada: 100 mmHg < PaO2/FiO2 ≤ 200 mmHg (com PEEP ≥ 5 cm H2O, ou não ventilado).
- Sara grave: PaO2/FiO2 ≤ 100 mmHg (com PEEP ≥ 5 cm H2O, ou não ventilado). Quando a PaO2 não está disponível, a SpO2/FiO2 ≤ 315 sugere Sara (inclusive em pacientes não ventilados).
 Crianças: OI = Índice de Oxigenação e OSI = Índice de Oxigenação utilizando SpO2. Use a métrica baseada no PaO2, quando disponível. Caso o PaO2 não esteja disponível, desmame a FiO2 para manter a SpO2 ≤ 97% para calcular o OSI ou a relação SpO2/FiO2: - Ventilação não invasiva ou Cpap bi nível ≥ 5 cm H2O através de máscara facial completa: PaO2/FiO2 ≤ 300 mmHg ou SpO2/FiO2 ≤ 264.
- Sara leve (com ventilação invasiva): 4 ≤ OI < 8 ou 5 ≤ OSI < 7,5.
- Sara moderada (com ventilação invasiva): 8 ≤ OI < 16 ou 7,5 ≤ OSI < 12,3.
- Sara grave (com ventilação invasiva): OI ≥ 16 ou OSI ≥ 12,3
 
- Sepse
Síndrome da resposta inflamatória sistêmica com disfunção orgânica na presença de infecção presumida ou confirmada. São sinais frequentes de disfunção orgânica: - alteração do nível de consciência
- oligúria
- taquipneia e/ou dispneia
- baixa saturação de oxigênio
- taquicardia
- pulso débil
- extremidades frias
- coagulopatia
- trombocitopenia
- acidose
- elevação do lactato sérico ou da bilirrubina
 Apesar de ser uma patologia extremamente prevalente, médicos não intensivistas ainda não reconhecem a sepse em 45% das vezes. No vídeo, o Dr. André Luis Negrão Albanez explica o que é a sepse, fala sobre a importância de reconhecer seus sinais e sintomas de forma precoce e como fazer esse reconhecimento. O vídeo é parte do Webinar Proqualis - Detecção precoce e manejo clínico da Sepse, disponível no canal do YouTube Proqualis Segurança do Paciente. 
- Choque séptico
Sepse acompanhada de hipotensão (pressão arterial média (PAM) < 65 mmHg) a despeito de ressuscitação volêmica adequada e requerendo o uso de vasopressores para manter PAM>=65 mmHg. Crianças: qualquer tipo de hipotensão (SBP <5º percentil ou >2 DP abaixo do normal para a idade) ou dois ou três dos seguintes sintomas: - estado mental alterado;
- taquicardia ou bradicardia
- (FC <90 bpm ou >160 bpm em menores de 12 meses e FC <70 bpm ou >150 bpm em crianças);
- preenchimento capilar prolongado (>2 seg) ou pulso fraco;
- taquipneia;
- pele manchada ou fria ou erupção petequial ou purpúrica;
- aumento do lactato;
- oligúria;
- hipertermia ou hipotermia.
 




 






