Hemoglobina é uma proteína presente nos glóbulos vermelhos e a responsável pela coloração vermelha do sangue. Essa proteína, que tem como função o transporte de oxigênio pelo organismo, pode apresentar-se de diferentes formas, sendo a hemoglobina A a mais comum em indivíduos adultos.
Uma queda na concentração dos níveis considerados normais de hemoglobina no sangue causa o que conhecemos como anemia. Uma concentração elevada, por sua vez, pode causar o que denominamos de eritrocitose.
Também merece destaque a hemoglobina glicada, que é uma substância formada a partir da reação entre a hemoglobina A e algumas moléculas de açúcar. A sua dosagem ajuda tanto no monitoramento quanto no diagnóstico de diabetes mellitus.
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O que é a hemoglobina?
A hemoglobina é uma proteína presente nas hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos do sangue. Trata-se de uma proteína globular com estrutura quaternária que apresenta quatro subunidades polipeptídicas. Cada subunidade possui ainda um elemento não polipeptídico chamado de grupo heme.
O grupo heme possui um átomo de ferro, ao qual se liga o oxigênio para que possa ser transportado até ser liberado nos tecidos. O grupo heme é o responsável pela coloração vermelha da hemoglobina e, consequentemente, do sangue, já que essa proteína está presente em grande quantidade nas hemácias.
Tipos de hemoglobina
A hemoglobina pode ser de diferentes tipos, conforme a sua composição, estando presente em diferentes quantidades ao longo da vida. Os valores das hemoglobinas considerados normais são:
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A: representa de 95% a 98% das hemoglobinas em um indivíduo adulto;
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A2: representa de 2% a 3% das hemoglobinas em um indivíduo adulto;
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F: é predominante durante o período fetal, e sua síntese diminui após o nascimento. No adulto ela representa entre 0,5% e 1% das hemoglobinas;
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Gower 1: hemoglobina presente na fase embrionária;
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Gower 2: hemoglobina presente na fase embrionária;
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Portland: hemoglobina presente na fase embrionária.
Função da hemoglobina
A hemoglobina está presenta nas hemácias de diversos animais, inclusive no homem. A função dessa proteína é transportar o oxigênio dos pulmões para as mais diversas partes do organismo. O gás oxigênio que chega até os pulmões passa para a corrente sanguínea e se liga aos átomos de ferro presentes nos grupos heme, citados anteriormente. Essa ligação é reversível, assim o oxigênio é liberado ao chegar aos tecidos.
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Alterações nas concentrações de hemoglobina
Para que o transporte de oxigênio pelas hemácias ocorra de forma adequada, é necessário que a concentração de hemoglobina nessas células também esteja em níveis adequados. A concentração considerada normal varia conforme a idade e o sexo.
Quando a concentração se encontra abaixo dos valores tidos como normais, temos as chamadas anemias. Diversos fatores podem contribuir para que ocorra uma redução nesses valores, como a carência de determinados nutrientes e alterações genéticas, sendo essa última uma das causas mais importantes de anemias.
Mutações em genes que codificam a hemoglobina podem desencadear alterações na produção dessa proteína, acarretando as doenças denominadas hemoglobinopatias. Dentre as hemoglobinopatias mais comuns, podemos citar a anemia falciforme e as talassemias.
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Anemia falciforme
Esse é o tipo mais frequente de hemoglobinopatia, sendo decorrente de uma mutação que resulta em uma alteração estrutural da hemoglobina. Essa alteração faz com que a hemoglobina se polimerize, formando agregados. Como a hemoglobina é uma proteína presente em grande quantidade nas hemácias, essa alteração da hemoglobina desencadeia uma alteração também na forma da hemácia.
As hemácias de um indivíduo portador de anemia falciforme apresentam uma forma alongada e curva, como uma foice, daí o nome anemia falciforme. Essa alteração na forma das hemácias interfere em seu deslocamento pelas arteríolas e capilares, causando bloqueios na circulação (vasoclusão), impedindo, assim, não apenas o transporte de oxigênio, mas também de outras substâncias, como os nutrientes que são transportados pelo corpo por meio do sangue. Além disso, essas hemácias apresentam um tempo de vida médio de cerca de 20 dias, apenas 1/6 do tempo de vida médio de uma hemácia normal.
O tratamento consiste em monitorar as vasoclusões e suas complicações, fazer uso de medicamentos para reduzir a velocidade em que ocorrem as vasoclusões e sua intensidade, realizar transfusões sanguíneas e, mais recentemente, uma alternativa de tratamento tem sido a realização de transplante de medula óssea. Saiba mais sobre essa doença lendo o nosso texto: Anemia falciforme.
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Talassemia
Na talassemia a mutação causa uma deficiência na produção de cadeias polipeptídicas das hemoglobinas, afetando a síntese de hemoglobina em quantidades normais, o que gera a anemia.
Ela pode manifestar-se de diferentes formas, como anemias leves ou formas graves e incompatíveis com a vida. O tratamento varia conforme a gravidade de cada caso, sendo realizadas, por exemplo, transfusões sanguíneas regulares.
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Eritrocitose
Quando a concentração de hemoglobina apresenta valores acima dos considerados normais, temos o que se chama de eritrocitose, que pode ter diversas causas, como:
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mutações;
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tumores;
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tabagismo;
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uso de esteroides androgênicos, entre outras.
Uma das manifestações da eritrose é o aumento da viscosidade do sangue, acarretando uma redução do fluxo sanguíneo. As veias e capilares apresentam-se distendidos, e ocorre uma redução no transporte de oxigênio. Com isso, o paciente pode apresentar alguns sintomas, como:
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o rompimento desses vasos, levando a sangramentos;
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hematúria (presença de hemácias na urina);
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fraqueza;
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convulsões;
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hipertrofia miocárdica;
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alterações oculares, como hemorragias na retina, entre outros.
O tratamento consiste na utilização de medicamentos que reduzam a quantidade de hemácias circulando na corrente sanguínea.
Hemoglobina glicada
A hemoglobina glicada é um conjunto de substâncias formadas a partir da reação entre a hemoglobina A e algumas moléculas de açúcar. A hemoglobina glicada é utilizada para a avaliação de glicemia média dos indivíduos nos últimos 90 dias, aproximadamente, pois a hemoglobina vai incorporando a glicose livre presente no sangue durante o seu tempo de vida.
Assim, a dosagem de hemoglobina glicada ajuda tanto no monitoramento quanto no diagnóstico de diabetes mellitus. Esse método se diferencia de outros, como a glicemia de jejum, pois este mostra a concentração de glicose no momento da coleta, já a hemoglobina glicada mostra a concentração de glicose ao longo de um período maior.