Prof.Dr.Luis Carlos Figueira de Carvalho

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Intolerância a Frutose

Intolerância a Frutose

INTOLERÂNCIA A FRUTOSE

 

Pesquisa realizada por:  Gabriel Perlmutter Lago

DISCIPLINA BIOQUIMICA METABÓLICA. CURSO DE MEDICINA. UEMA. CAXIAS-MA

 

1) Descrição

A intolerância à frutose é uma patologia autossômica recessiva causada por uma deficiência de atividade de uma enzima, a aldolase B. Essa enzima, que está presente em maiores quantidades no fígado, é responsável pela conversão de frutose 1-fosfato em di-hidroxicetona fosfato e gliceraldeído. Com a deficiência dela, há uma acumulação de frutose 1-fosfato no fígado, nos rins e no intestino delgado. Além disso, ocorre uma depleção de Pi e ATP. O comprometimento de Pi impede a obtenção de energia por fosforilação oxidativa nas mitocôndrias.

. A incidência é de aproximadamente 1: 20.000, além disso, é igual em ambos os sexos e tem apresentação variável. Alguns pacientes são extremamente sensíveis à frutose, enquanto outros podem tolerar quantidades moderadas. A atividade da aldolase B pode variar de indetectável até 15% a 30% do normal.

Essa doença também é conhecida por frutosemia.

 

2) Breve Histórico

O primeiro relato de intolerância hereditária à frutose foi efetuado por Chambers e Pratt, em 1956. Seu reconhecimento como tal foi feito em 1976, quando descobriram que a administração de frutose em pessoas afetadas provocava uma grave hipoglicemia.

3) Causas

A maioria das ocorrências dessa patologia tem causa genética, que acaba acarretando na deficiência de produção da enzima. No entanto, pode ocorrer também devido à idade avançada da pessoa. Nesse caso, as células secretoras da enzima no intestino reduzem sua atividade, comprometendo a conversão da frutose em açúcares menores. Assim, a frutose não é absorvida e a pessoa acaba sofrendo de hipoglicemia.

3)Frutose

A frutose é um carboidrato da classe dos monossacarídeos e possui extrema importância no metabolismo humano. É encontrada em vegetais, no mel e, principalmente, em frutas, por isso, seu nome se origina da palavra latina “fructus”.

Comumente, é utilizada por diabéticos para substituir a glicose, já que tem estrutura química semelhante e não necessita de insulina para ser absorvida.

Outra fonte de frutose é através da oxidação do sorbitol através da enzima sorbitol-desidrogenase. Essa substância está presente em varias plantas, em particular na família das Rosáceas (maçãs, peras, cerejas, ameixas e abricós), geralmente associado à frutose. Pela via do sorbitol, ela também é produzida na próstata e vesícula seminal, a partir da glicose, tendo papel importante no suprimento de energia e mobilidade do espermatozóide. A concentração seminal de frutose é um indicador do tamanho e da capacidade secretora da vesícula seminal.

 

4) Metabolismo da frutose

A intolerância hereditária à frutose tem como defeito enzimático primário a ausência da enzima aldolase B, responsável pela clivagem da frutose-1-fosfato. Todos os sinais e sintomas são decorrentes do acúmulo da frutose-1-fosfato, da diminuição do nível de fósforo inorgânico intracelular, do desarranjo no potencial de fosfato e das inibições enzimáticas secundárias ao acúmulo de frutose-1-fosfato, devido à inibição da fosforilação da frutose pela frutoquinase. Conseqüentemente, há o aumento de frutose no sangue e eliminação pela urina, o bloqueio da atividade da fosforilase e frutose-1,6-difosfato-aldolase, que acarreta diminuição na formação de glicose e de glicogênio, e interrupção da gliconeogênese.

 

Veja as reações envolvidas:

Eq 1 :     Frutose + ATP    à    Frutose-1-fosfato + ADP

Eq 2 :     ADP + Pi + Energia fornecida pela cadeia de transporte de elétrons  à ATP

Soma:    Pi  + Frutose à Frutose -1-fosfato

 

5) Sintomas

Após ingestão de frutose ou outros açúcares que utilizem a via da frutose-1-fosfato aldolase (sacarose, sorbitol) os sintomas da intolerância são caracterizados por: dor, alergia, sudorese, hipoglicemia, distensão abdominal, vômitos, flatulência, diarréia crônica, icterícia, hepatoesplenomegalia, convulsões. Pacientes desenvolvem aversão a doces, sucos, frutas.

Crianças portadoras da doença podem ter alterações comportamentais após começarem a ingerir frutose em sua dieta, principalmente no suco de laranja.

6) Tratamento

O acompanhamento médico e nutricional é necessário, para que se possa ter uma dieta com alimentos isentos de frutose ou com quantidades balanceadas da substância. Além disso, é importante ficar atento às complicações que a patologia pode trazer, como hipoglicemia, vômitos e convulsões, sendo possível um tratamento específico desses sintomas.

 

“Intolerância a frutose”, número 15.3, localizado na página 626 do livro “Manual de Bioquímica com Correlações Clínicas”, de Thomas Devlin.

 


Frutosúria Essencial e Intolerância à Frutose: Deficiência de Frutoquinase e de Frutose 1-Fosfato Al

ALUNOS: Amanda Santos Barros, Ana Clara Laundos Oliveira, Ana Karoline Mota da Silva, Ana Elizia Denadai Resende, Andressa Barros Farias de Melo, Nicoly de Oliveira e Sara Laís Costa.

Relato de caso: Lactente de cinco meses com hipoglicemia sintomática, acidose metabólica e hiperlactacidémia. Por história clínica sugestiva, na ausência de colheita de urina em fase aguda, foi realizada prova com papa de fruta, com identificação de frutose na cromatografia de açúcares da urina. O estudo molecular do gene ALDOB confirmou o diagnóstico.

Definição: A intolerância hereditária à frutose, doença hereditária do metabolismo resultante da deficiência de aldolase B, manifesta-se classicamente após início da alimentação complementar, com hipoglicemia após a ingestão de frutose ou sacáridos relacionados.
Sintomas: Lactentes são saudáveis até que ingerem frutose; a frutose 1-fosfato então se acumula, causando: Hipoglicemia; Náuseas; Vômitos; Dor abdominal; Sudorese; Tremores; Confusão mental; Letargia; Convulsões; Coma.

A ingestão prolongada causa: Cirrose; Deterioração mental; Acidose tubular proximal renal, com perda urinária de glicose e fosfato.

Fisiopatologia: A IHF (OMIM #229600), doença autossómica recessiva rara do metabolismo da frutose, descrita pela primeira vez em 1956,3 é caracterizada pela deficiência da enzima hepática aldolase B. A frutose é metabolizada no fígado pela enzima frutoquinase em frutose-1-fosfato (F-1-f). Nesta via a aldolase B tem um papel fundamental: o de permitir a utilização da F-1-f na gliconeogénese e na glicólise.4 Em caso de deficiência desta enzima, há acumulação de F-1-f que: 1- inibe a produção de glicose pelo bloqueio da gliconeogénese e glicogenólise, induzindo hipoglicemia; 2- provoca utilização em excesso e, consequentemente, a deplecção de ATP, resultando no aumento da produção de ácido úrico, e no surgimento de uma série de perturbações, incluindo a inibição da síntese de proteínas, as quais são responsáveis pela disfunção hepática e renal.
Causa (origem): Deficiência da frutose 1-fosfato aldolase (aldolase B); Deficiência da frutoquinase; Deficiência da frutose-1,6-bifosfatase.
 

Diagnóstico: A suspeita da afecção ao elaborar-se a história clínica (anamnese e exame objectivo) é essencial para o diagnóstico correcto e atempado. Apesar da inexistência de normas de orientação clínica formais para o diagnóstico, é recomendada a realização de teste molecular dirigido, e nos casos inconclusivos, o estudo enzimático da aldolase B no âmbito da biópsia hepática.

Tratamento: O tratamento das manifestações agudas deverá ser dirigido à correcção da hipoglicemia e da acidose metabólica na perspectiva de prevenção da lesão hepática aguda. O pilar do tratamento é a dieta com evicção de frutose, sacarose e/ou sorbitol, além dos alimentos, existem inúmeros produtos e medicamentos suplementados com frutose, sacarose e/ou sorbitol, que também deverão ser evitados e aderir a suplementos multivitamínicos de forma a prevenir deficiências de micronutrientes, nomeadamente vitaminas hidrossolúveis. O seguimento deverá ser coordenado por clínicos e outros profissionais com diferenciação em doenças metabólicas. Sendo uma doença de carácter hereditário deverá ser propiciado aconselhamento genético ao doente e à sua família.

Referência bibliográfica:

Marles SL, Casiro OG. Persistent neonatal hypoglycemia: Diagnosis and management. Paediatr Child Health 1998;3:16-19.

Intolerância hereditária a frutose. Disponível em: https://anuariohde.com/artigos_posters/artigos/1481.pdf. Acesso em: 6 jul.2022

 

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