Prof.Dr.Luis Carlos Figueira de Carvalho

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DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS

 

Pesquisa realizada por: ELISA GABRIELA BARROS CUNHA

DISCIPLINA BIOQUIMICA METABÓLICA. CURSO DE MEDICINA. UEMA. CAXIAS-MA

1 INTRODUÇÃO

 

Uma das doenças que tem se alastrado no mundo, principalmente em países desenvolvidos, nas últimas décadas e que tem diversas implicações clínicas é o diabetes mellitus. Seus aspectos estão intimamente ligados ao metabolismo de carboidratos, e pode ter implicações em vários sistemas do corpo humano. Conhecer seus sintomas, seus mecanismos de ação e formas de prevenção é essencial para que a sociedade saiba lidar melhor com esse mal.

 

2. O QUE É?

 

Doença caracterizada pela redução da absorção de glicose pelas células, em razão de baixa produção de insulina ou de resistência das células à ação de insulina. Isso gera o aumento dos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia). Existem dois tipos principais:

 

Tipo 1:   surge geralmente na infância, sendo que o organismo não consegue produzir ou produz pouca insulina. Isso acontece porque o pâncreas apresenta um distúrbio que faz com que suas células β sofram destruição autoimune. Assim, é uma forma de diabetes insulinodependente, fazendo com que a pessoa tenha de tomar injeções diárias de insulina.

 

Tipo 2:  é adquirido ao longo dos anos, sendo que o corpo adquire resistência à ação de insulina; presente geralmente em adultos obesos e em idosos, que geralmente possuem maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse.

 

Outras formas de diabetes são:

 

Diabetes gestacional: Cerca de 3 a 8% das mulheres grávidas desenvolvem diabetes gestacional. Ela acontece porque os hormônios da placenta reduzem a ação da insulina. Para compensar, o pâncreas aumenta sua produção, equilibrando o nível de glicose no sangue da mãe. Mas, parte das mulheres não produz essa insulina extra e acumulam açúcar no sangue. A presença do diabetes gestacional é assintomática, por isso, recomenda-se o acompanhamento do índice de glicose, em jejum, durante a gravidez.

 

Existe também diabetes associado à outras doenças, como pancreatites alcoólicas.

 

3. ALTERAÇÕES METABÓLICAS

 

No diabetes tipo 1 os níveis de glicose e cetonas no sangue são elevados. Isso ocorre porque as células β do pâncreas são reconhecidas pelo sistema imunológico como agentes estranhos e, assim, começam a ser destruídas, resultando na diminuição da produção de insulina. Sem insulina suficiente no organismo a glicose não consegue entrar nas células para ser metabolizada, se acumulando no sangue (hiperglicemia). O corpo, então passa a buscar energia na quebra de gordura, o que produz ácidos graxos, que por sua vez geram corpos cetônicos, aumentando a acidez do sangue (cetoacidose).

 

Como o fígado não consegue utilizar todo o ácido graxo produzido, este é convertido em VLDL (lipoproteínas de muito baixa densidade). E os lipídios advindos da dieta são transformados em quilomícron(lipoproteína de grande peso molecular). Esses dois tipos de lipoproteína não conseguem ser degradados pela lipase lipoprotéica, pois esta tem sua síntese reduzida em níveis baixos de insulina. Dessa forma, VLDL e quilomícron se acumulam no sangue, resultando em hipertriacilglicerolemia.

 

No diabetes tipo 2 os sintomas são provocados pela resistência à insulina no fígado, músculo e tecido adiposo. Essa resistência resulta de anomalias no receptor de insulina, ou em etapas que medeiam os efeitos metabólicos da insulina. Vale ressaltar também que isso está relacionado à atividade diminuída da glicoquinase (enzima-chave envolvida no metabolismo da glicose hepática, assim como na regulação da homeostasia da glicose) e a perda de ação da insulina sobre enzimas chaves da via glicolítica e da glicogênese.  As alterações metabólicas são praticamente as mesmas do diabetes tipo 1. Ocorre a hiperglicemia, devido o aumento de síntese de glicose hepática e redução de sua utilização nas áreas periféricas. Contudo, a cetose é reduzida em relação ao diabetes 1, pois mesmo que haja resistência a insulina, esta ainda é produzida pelo pâncreas em níveis suficientes pra diminuir a cetogênese hepática.

 

Os níveis de VLDLs e quilomícrons no plasma também se encontram elevados, causando hipertriacilglicerolemia.

 

4 SINTOMAS

 

  • Sede exagerada, devido à concentração de glicose no sangue, que o torna um meio hipertônico em relação ao meio intracelular e, assim, começa a sair água de dentro da célula.
  • Boca seca
  • Cansaço excessivo, pois o organismo do diabético tem pouca glicose dentro da célula para metabolizar e gerar energia.
  • Poliúria (aumento do volume urinário)
  •  Perda de peso
  • Fome acentuada
  • Dores no corpo
  • Vista embaçada
  • Infecções frequentes, sendo mais comuns as infecções de pele

 

 

 

5 COMPLICAÇÕES

 

A doença, se não receber o tratamento correto pode acarretar muitas complicações, como:

 

  • Nos olhos: retinopatia diabética e edema macular diabético, podendo progredir para perda de visão.
  • Nos dentes: Inflamação das gengivas e doença periodontal
  • No sistema nervoso central: neuropatia diabética, paralisia, e acidente vascular cerebral.
  • No sistema cardiovascular: arteriosclerose, enfarte do miocárdio e doença vascular periférica.
  • Nos rins: Insuficiência renal, falência dos rins, o que leva à necessidade de hemodiálise e transplante de rins.
  • Pele: São comuns no paciente diabético, feridas e úlceras, especialmente nos pés (pé diabético).
  • Pernas: comum artropatia de Charcot, doença cujo que tem como sintomas fraqueza muscular, fraturas patológicas e deformidades debilitantes. Casos extremos requerem amputação da perna.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6 DIAGNÓSTICO

 

O paciente costuma demorar a perceber que possui diabetes em casos de diabetes do tipo 2, porque os sintomas não são evidentes, visto que se instalam gradativamente e costumam ser considerados sintomas de outras doenças. Já o diagnóstico do diabetes tipo 1 é fácil de ser feito, pois os sintomas aparecem rápido e simultaneamente.

 

Em termos de exame, o diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, como a glicemia capilar, curva glicêmica e teste de hemoglobina glicada. O primeiro consiste na retirada de sangue, através da perfuração cutânea de um dos dedos da mão por uma lanceta e a dosagem de glicose é verificada em aparelhos próprios para esse fim (glicosímetro). A curva glicêmica é um teste oral de tolerância à glicose feito em etapas, de 30 em 30 minutos o paciente tem seu sangue coletado e, nos intervalos, deve ingerir um xarope de glicose. Sua glicose é monitorada e avaliada em um gráfico. E a hemoglobina glicada (A1C) mede a glicemia média do paciente durante os últimos 2 a 4 meses e se baseia no fenômeno da glicação, que é a glicose no sangue se ligando à proteína hemoglobina. Assim, quanto mais açúcar no sangue maior a porcentagem de glicose ligada á hemoglobina. Pessoas que não têm diabetes apresentam A1C de até 5%. Pessoas com diabetes mal controlado podem chegar a 12%.

 

Como valores de referência para o nível de glicose no sangue, têm-se ,segundo a associação americana de Diabetes, que glicemia em jejum tem valores normais se estiverem entre 70 e 99 mg/dL e glicemia pós-prandial         ( após refeição) de até 2 horas após alimentação deve estar entre 70 a 140 mg/dL.

 

7 TRATAMENTO

 

Não existe cura para o diabetes, mas este pode ser controlado se o paciente seguir rigorosamente o tratamento médico. No diabetes tipo 1 o tratamento consiste em injeções diárias de insulina, para controlar a glicemia. Já para o diabetes tipo 2 o tratamento pode contar com medicação de via oral para abaixar os níveis glicêmicos e, caso necessário, suplementação de insulina. Aliado à medicação, é aconselhável o paciente diabético tipo 2 manter o peso normal por meio de uma alimentação saudável e da prática regular de exercício físico.

 

O controle do diabetes gestacional é feito na maioria das vezes através de uma orientação nutricional adequada. A gestante necessita ajustar para cada período da gravidez as quantidades dos nutrientes. A prática de atividade física é uma medida de grande eficácia para redução dos níveis glicêmicos. A atividade deve ser feita somente depois de avaliada se existe alguma contraindicação, como por exemplo, risco de trabalho de parto prematuro.

 

A prática de atividade física é recomendada para todos os tipos de diabetes, pois ajuda a reduzir as taxas de glicose do sangue e também é uma recomendação para prevenção do diabetes tipo 2.

 

 

 

8 CONCLUSÃO

 

Portanto, o diabetes é uma doença que, devido à uma disfunção nos mecanismos de síntese e de regulação da insulina, gera uma série de sintomas que, se não forem bem tratados, podem levar o indivíduo a ter graves complicações de saúde, e em casos extremos até o óbito. Por isso ressalta-se novamente a importância de se ter informações sobre o diabetes e de se ter hábitos de vida saudáveis.

 

 

 

9 REFERÊNCIAS

 

DEVLIN, Thomas M. Manual de Bioquímica com correlações clínicas.7ª edição, São Paulo: Blücher, 2011. Cap 15.

 

Sociedade Brasileira de Diabetes. Sintomas de diabetes. Acesso emhttp://www.diabetes.org.br/sintomas-de-diabetes

 

LIMA, Fernanda. Diabetes Mellitus. Acesso em http://www.infoescola.com/doencas/diabetes-mellitus/

 

Revista Fleury. Diabetes Mellitus. Acesso em

http://www.fleury.com.br/revista/dicionarios/doencas/Pages/diabetes-mellitus.aspx

 

VARELLA, Drauzio. Diabetes. Acesso em http://drauziovarella.com.br/diabetes/diabetes/

 

Portal Novartis. Diabetes. Acesso em http://www.portal.novartis.com.br/diagnostico-diabetes-mellitus

 

StarBem. Controle de glicemia. Acesso em

http://www.starbem.com.br/StarBem/GuiaStarBem/ControleGlicemia

 

 

 

 

 

DIABETES MELLITUS, HIPOGLICEMIA E CETOACIDOSE.

Pesquisa realizada por: JOÃO V. LINHARES FILHO

DISCIPLINA BIOQUIMICA METABÓLICA. CURSO DE MEDICINA. UEMA. CAXIAS-MA

 

Diabetes Mellitus é uma doença crônica caracterizada por erros no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. Dois tipos principais são clinicamente reconhecidos: tipo 1 e tipo 2. Em pacientes sem hiperglicemia de jejum, o teste de tolerância à glicose por via oral pode ser usado para diagnóstico. Ele consiste em determinar o nível de glicose sanguínea no estado de jejum e em intervalos de 30 – 60 minutos, por duas horas ou mais, após o consumo de carga de 100 g de carboidrato. Em indivíduos normais, a glicose sanguínea retorna aos níveis normais em 2 horas após a ingestão do carboidrato. Em diabéticos, a glicose sanguínea atinge um nível mais alto e permanece elevada por períodos de tempos mais longos, dependendo da gravidade da doença. Entretanto, muitos fatores podem contribuir para um teste de tolerância à glicose anormal. O paciente deve ter consumido uma dieta rica em carboidratos nos três dias anteriores, presumivelmente para permitir a indução das enzimas das vias de utilização da glicose, por exemplo, glucoquinase, acil graxo sintase e acetil-coA carboxilase. A melhor forma de teste para avaliar os níveis glicêmicos é o teste em jejum (> 126 mg/dl).

A captação de glicose por tecidos sensíveis à insulina, isto é, muscular e adiposo, é diminuída no estado diabético. O paciente diabético ou não tem insulina ou desenvolveu resistência à insulina nesses tecidos. A resistência à insulina resulta de anomalias no receptor de insulina ou em etapas subsequentes, mediadores dos efeitos metabólicos da insulina. Células do parênquima hepático não requerem insulinas para captar glicose. Sem insulina, contudo, o fígado tem capacidade diminuída para remover glicose do sangue. Isso é explicado, em parte, por atividade diminuída de glucoquinase e a perda de ação da insulina sobre enzimas chaves da glicogêneses e da via glicolítica.

HIPOGLICEMIAS E DIABETES

 

Fisiologicamente os níveis de glicose são mantidos constantes (geralmente entre os 70 e 110 mg/dl), apesar das alterações agudas causadas pela ingestão de alimentos ou pelos períodos de jejum mais ou menos prolongado. Tal fato é conseguido a partir de um sistema de controlo neuro-hormonal que protege o organismo contra amplas variações da concentração de glicose. A glicose provém de três fontes possíveis: a absorção intestinal, aglicogenólise e a gliconeogênese.

As complicações microvasculares e macrovasculares que aumentam a morbidade e a mortalidade dos pacientes com diabetes tipos 1 e 2 podem ser controlados por rigoroso controle da concentração de glicose no sangue. O controle rígido requer terapia intensiva, com insulina ou uma combinação de medicamentos prescritos para manter uma glicose sanguínea media comparável à dos indivíduos não diabéticos (120 mg/dl). Como a tecnologia disponível para liberação de insulina é incapaz de mimetizar o padrão normal de insulina liberado pelo pâncreas, a terapia de controle intensivo aumenta muito probabilidade de episódios de hipoglicemia, com risco de vida.

 

DIABETES MELLITUS TIPOS 1, TIPO 2 E CETOACIDOSE.

 O Diabete Mellitus tipo 1 geralmente aparece na infância ou na adolescência, mas não é limitado a esses pacientes. A secreção de insulina é muito baixa por causa do funcionamento defectivo das células beta, resultado de um processo autoimune. Quando não tratado o diabetes tipo 1, caracteriza-se por hiperglicemia, hipertrigliceridemia e episódios de severa cetoacidose. Diabetes Mellitus tipo 2 corresponde a 90% dos casos diagnosticados de diabetes clinica. Geralmente ocorre em pessoas obesas e de meia idade a idosas e é caracterizada por hiperglicemia, hipertrigliceridemia e outras características da síndrome metabólica.

A insulina esta presente em níveis normais a elevados nesses pacientes, entretanto não age enfrentando resistência. Nos dois tipos de Diabetes as complicações são comuns, isto é, doenças nos nervos, olhos, rins e artérias coronárias.

 

CETOACIDOSE DIABÉTICA

Quando há falta de insulina e o corpo não consegue usar a glicose como fonte de energia, as células utilizam outras vias para manter seu funcionamento. Uma das alternativas encontradas é utilizar os estoques de gordura para obter a energia que lhes falta. Entretanto, o resultado final desse processo leva ao acúmulo dos chamados corpos cetônicos, substâncias que deixam o sangue ácido, ou seja, com o pH mais baixo do que o normal. Essa acidez é extremamente desfavorável para o organismo, porque a maioria das reações químicas que acontecem a cada segundo em nossas células depende de uma faixa muito estreita de pH. Isso significa que o grau de acidez não pode variar muito. A cetoacidose diabética é uma complicação aguda grave, potencialmente mortal. No diabetes tipo 1, ela pode ser a primeira manifestação da doença ou resultar do aumento das necessidades de insulina por causa de infecções, traumas, infartos e cirurgias. Já nos portadores do tipo 2, pode ocorrer sob condições graves como a septicemia.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A hipoglicemia tem muitas etiologias possíveis, mas sem dúvida a mais comum é a associada ao tratamento da diabetes mellitus tipo 1 e 2, ou à ingestão de álcool. Em todos os episódios de hipoglicemia o clínico deverá determinar a sua causa e o seu mecanismo fisiopatológico, com o objetivo de proceder a uma abordagem terapêutica adequada. A rápida e eficaz normalização dos níveis de glicemia plasmática é a primeira atitude terapêutica perante o indivíduo hipoglicémico. O subsequente estudo diagnóstico do doente afetado por crises de hipoglicemia e o esclarecimento da causa específica responsável pelas mesmas crises, deverá motivar uma intervenção terapêutica mais específica e definitiva.

 

REFERÊNCIAS

DEVELIN, T. M. Manual de Bioquímica: Com Correlações Clínicas. São Paulo: Blucher, 2011.

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 2014. Disponivel em:. acesso em: 15 de Novembro de 2014.

VALE, B. M. Hipoglicemias. Causas, diagnóstico e abordagem terapêutica. Instituto de

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