LEISHMANIOSE

Leishmaniose Tegumentar Americana (CID 10 - B55.1)      MANUAL DIP 2010

Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores. Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 271. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Leishmaniose Visceral (CID 10 - B55.0)

Protozoose cujo espectro clínico pode variar desde manifestações clínicas discretas até as graves que, se não tratadas, podem levar a óbito. A Leishmaniose Visceral (LV), primariamente, era uma zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural. Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no país e em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. É uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. Muitos infectados apresentam a forma inaparente ou assintomática da doença. Suas manifestações clínicas refletem o desequilíbrio entre a multiplicação dos parasitas nas células do sistema fagocítico mononuclear (SFM), a resposta imunitária do indivíduo e o processo inflamatório subjacente.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 277. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010

CASOS CLINICOS

 

 

QUESTÕES SIGA

1. Acerca da leishmaniose, assinale a opção correta.
 
a) O período de incubação da leishmaniose visceral é maior no homem, comparativamente ao cão.
b) Deve ser levantada suspeita clínica da leishmaniose tegumentar americana sempre que o paciente apresentar febre e esplenomegalia associada ou não a hepatomegalia.
c) A leishmaniose tegumentar americana é uma doença infectocontagiosa causada por um helminto do gênero Leishmania, transmitida por vetor, que acomete as vísceras do sistema digestório.
d) A leishmaniose visceral é uma doença crônica sistêmica caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, entre outras manifestações.
e) Calazar, esplenomegalia tropical, febre dundum, entre outras denominações menos conhecidas, são sinonímias da leishmaniose tegumentar americana.

 

2. A figura abaixo representa as formas de Leishamania.

AS FORMAS a, b,c e d, são denominada respectivamente de:

a) promastigota, epimastigota, tripomastigota e amastigota.
b) epimastigota, promastigota, tripomastigota e amastigota.
c) amastigota, promastigota, epimastigota, tripomastigota.
d) tripomastigota, promastigota, epimastigota e amastigota.
e) promastigota, tripomastigota, epimastigota e amastigota.

 

3. A forma infectante da leishmania, que é inoculada no homem pelo inseto vetor é a:
 
a) promastigota.
b) paramastigota.
c) epimastigota.
d) tripomastigota.
e) amastigota.

 

4. A Leishmaniose é doença de manifestação cutânea ou visceral transmitida ao homem pela picada de mosquitos:
 
a) Flebotomíneos.
b) Anopheles.
c) Aedes aegypti.
d) Palha.
e) Triatoma.

 

5. A Leishmaniose é uma doença endêmica em alguns estados brasileiros, e, no mundo, a OMS estima que há cerca de um milhão de casos. Assinale a opção que indica o fármaco que não é utilizado no tratamento da Leishmaniose.
 
a) Antimoniato de meglumina
b) Metronidazol.
c) Estibogliconato de sódio.
d) Miltefosina.
e) Compostos de antimônio pentavalente.

 

6. A Leishmaniose Visceral (LV) vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no país e em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. No meio urbano, o cão é a principal fonte de infecção.

Dessa forma, são ações de vigilância canina a ser realizada pelo ACE:

I. Busca ativa dos cães sintomáticos.

II. Monitoramento e inquérito sorológico amostral.

III. Monitoramento e inquérito sorológico censitário.

Estão CORRETAS as ações:

a) Apenas a ação I.
b) Apenas as ações I e II.
c) Apenas as ações I e III.
d) Apenas as ações II e III.
e) As ações I, II e III.

 

7. Apesar dos avanços verificados no seu controle, a incidência de zoonoses permanece alta em todos os países em desenvolvimento. A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. Assinale a alternativa incorreta.
 
a) O teste histopatológico não faz parte do rol de exames diagnósticos para a LTA pois nenhuma das formas do parasita pode ser encontrada em fragmentos de pele obtida pela biopsia.
b) A confirmação laboratorial da leishmaniose tegumentar é realizada por métodos parasitológicos, sendo este fundamental, tendo em vista o número de doenças que fazem diagnóstico diferencial com a LTA.
c) O teste imunológico de primeira escolha é o teste intradérmico (Intradermorreação de Montenegro), que se fundamenta na visualização da resposta de hipersensibilidade celular retardada.
d) O teste de imunofluorescência indireta não deve ser utilizado como critério isolado para diagnóstico de LTA.
e) A transmissão se dá pela picada de flebotomíneos infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa.

 

8. As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae.

A leishmaniose é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Tal fato se deve ao processo de desenvolvimento e urbanização descontrolada, além da reemergência de focos antigos, e ainda, pelo número crescente de casos de leishmaniose associados à infecção pelo HIV.

Sobre a Leishmaniose, marque a alternativa INCORRETA.

a) A detecção do parasito pode ser realizada por exame direto ou cultivo de material obtido dos tecidos infectados (medula óssea, pele ou mucosas da face) por aspiração, biópsia ou raspado das lesões.
b) A prevenção ocorre por meio do combate ao inseto transmissor, higiene ambiental, destino adequado do lixo orgânico e limpeza dos abrigos de animais domésticos.
c) Ensaios de imunofluorescência indireta, imunoenzimático (ELISA) (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) e métodos moleculares (PCR) também são usados para o diagnóstico do parasito.
d) De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos.
e) Os vetores responsáveis pela transmissão da Leishmaniose visceral são insetos da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, sendo o Culex fatigans a principal espécie nas Américas.

 

9. As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae.

A leishmaniose é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Tal fato se deve ao processo de desenvolvimento e urbanização descontrolada, além da reemergência de focos antigos, e ainda, pelo número crescente de casos de leishmaniose associados à infecção pelo HIV. 

Sobre a Leishmaniose, marque a alternativa INCORRETA.

a) A detecção do parasito pode ser realizada por exame direto ou cultivo de material obtido dos tecidos infectados (medula óssea, pele ou mucosas da face) por aspiração, biópsia ou raspado das lesões.
b) A prevenção ocorre por meio do combate ao inseto transmissor, higiene ambiental, destino adequado do lixo orgânico e limpeza dos abrigos de animais domésticos.
c) Ensaios de imunofluorescência indireta, imunoenzimático (ELISA) (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay) e métodos moleculares (PCR) também são usados para o diagnóstico do parasito.
d) De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos.
e) Os vetores responsáveis pela transmissão da Leishmaniose visceral são insetos da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, sendo o Culex fatigans a principal espécie nas Américas.

 

10. Com relação aos procedimentos utilizados para o diagnóstico das Leishmanioses, marque a opção INCORRETA.
 
a) A cultura de Leishmania é um teste que permite a proliferação e o crescimento do parasita.
b) As culturas geralmente começam a apresentar os promastígotas em dois a cinco dias, mas devem ser mantidas por quatro semanas.
c) O diagnóstico de leishmaniose visceral utilizando o aspirado da medula óssea de cães e de humanos com leishmaniose visceral não é recomendado.
d) Leishmania sp possui cinetoplasto e não tem parede celular, características que permitem diferenciá-la de outros organismos.
e) O corante de Giemsa é recomendado para o diagnóstico de leishmaniose.

 

11. Em relação a leishmaniose, julgue a sentença como verdadeira ou falsa.

Tanto a leishmaniose cutânea quanto a visceral são causadas pelo mesmo agente biológico, diferenciando-se ambas as formas clínicas em decorrência do desequilíbrio entre a multiplicação dos parasitos nas células do sistema fagocítico mononuclear (SFM), a resposta imunitária do indivíduo e o processo inflamatório subjacente.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

 

12. Em relação a Leishmaniose Tegumentar Americana (também conhecida como Úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão do Oriente) é incorreto afirmar:
 
a) Doença infecciosa, contagiosa, causada por protozoários do gênero Lutzomia, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas.
b) É primariamente uma infecção zoonótica que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente.
c) A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores.
d) Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas.
e) A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato.

 

13. Em relação à Leishmaniose Visceral (LV) e à Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), marque V ou F e responda a sequência correta:
( ) A Leishmaniose Visceral é causada pela Leishmania Chagassi.
( ) A transmissão da Leishmaniose Visceral e da Leishmaniose Tegumentar Americana ocorre por meio da picada do inseto (vetor da doença) infectado.
( ) A Leishmaniose Tegumentar Americana é caracterizada pelo aparecimento de lesões ulceradas (feridas) na pele e ou nas mucosas.
( ) A vacinação é utilizada como meio de controle da Leishmaniose Visceral e da Leishmaniose Tegumentar Americana.
a) V, V, F, V.
b) F, V, V, V.
c) V, F, V, V.
d) F, V, F, F.
e) V, V, V, F.

 

14. No estudo de infecção cutânea por Leishmania spp. é correto afirmar que:
 
a) a infecção é de difícil percepção devido ao seu aspecto incolor, sem lesões e, por isso, o diagnóstico depende de uma investigação molecular.
b) os testes parasitológicos por observação direta não são cabíveis por se tratar de patógenos não-cultiváveis.
c) as reações de PCR de minicírculos de kDNA representam uma forma de diagnóstico Leishmania.
d) os diagnósticos moleculares são consistentemente menos acurados do que os testes sorológicos com detecção de anticorpos IgG por ELISA.
e) as amostras de tecido preservado não podem ser empregadas em análises moleculares.

 

15. O calazar é uma das doenças parasitárias que mais matam no mundo. O parasita e o inseto vetor da doença são, respectivamente:
 
a) Leishmania mexicana e Aedes albopictus.
b) Leishmania braziliensis e Anopheles gambiae.
c) Leishmania donovani e Lutzomyia longipalpis.
d) Leishmania amazônica e Haemagogus janthinomys.
e) Todas estão corretas.

 

16. O diagnóstico clínico-epidemiológico da LT pode ser complementado pela Intradermoreação de Montenegro (IDRM) positiva e eventualmente pela resposta terapêutica. Entretanto, a confirmação desse diagnóstico por métodos parasitológicos é fundamental tendo em vista o número de doenças que fazem diagnóstico diferencial com a LT. Em relação ao diagnóstico parasitológico da LT, NÃO é correto afirmar que:
 
a) a pesquisa direta do parasito é o procedimento de primeira escolha por ser mais rápido, de menor custo e de fácil execução.
b) a probabilidade de encontrar parasito na lesão é inversamente proporcional ao tempo de evolução da lesão.
c) a infecção secundária aumenta a sensibilidade dos métodos parasitológicos empregados no diagnóstico da LT.
d) o cultivo ?in vitro? é um método de confirmação do agente etiológico que permite a posterior identificação da espécie de Leishmania envolvida.
e) o cultivo ?in vitro? de fragmento de biópsia da borda da úlcera deve ser mantido até um mês sob observação antes da liberação do resultado negativo.

 

17. O Ministério da Saúde recomenda várias ações para que o diagnóstico de leishmaniose tegumentar (LTA) seja realizado precocemente e o tratamento adequado seja prontamente iniciado. Com relação ao diagnóstico da LTA, assinale a opção correta.
 
a) Quando associada a métodos parasitológicos tradicionais, a reação em cadeia da polimerase (PCR) é um método que apresenta alta sensibilidade. A modalidade do PCR em tempo real quantifica o ácido ribonucleico (RNA) do parasita, sendo possível a definição de sua espécie.
b) A pesquisa direta da Leishmania sp. é um método rápido e eficiente, porém, como há uma relação direta entre o tempo de lesão e o número de parasitas, essa técnica apresenta pouca sensibilidade em indivíduos na fase inicial da doença.
c) Inicialmente, a cultura dos parasitas permite a identificação da Leishmania sp. e, posteriormente, a identificação da espécie envolvida. Nesse procedimento, após cinco dias, observa-se o crescimento da forma amastigota do parasita.
d) Em áreas endêmicas é muito comum a utilização da intradermoreação de Montenegro (IDRM) para monitoração dos pacientes que apresentaram cura clínica e precisavam ser monitorados quanto à reativação. Nesses pacientes, a reação negativa ou positiva é, respectivamente, o indicativo de desaparecimento ou aparecimento do parasita.
e) Os testes sorológicos são indicados como critério isolado de cura ou previsão de recorrência, visto que os níveis de anticorpos apresentados nesses testes estão relacionados com a progressão da doença.

 

18. Sobre a leishmaniose tegumentar americana, uma doença infecciosa, não contagiosa, de transmissão vetorial, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

(  ) O modo de transmissão é através de picada de insetos transmissores infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa. 
(    ) O período de incubação no homem pode apresentar períodos mais curtos de duas semanas e mais longos de cinco anos. 
(   ) A susceptibilidade é universal. A infecção e a doença não conferem imunidade ao paciente. 
(   ) Causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. 

a) V, V, F, V.
b) F, V, V, F.
c) F, V, F, F.
d) V, F, V, V.
e) V, F, F, V.

 

19. Sobre a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), preconizada pelo Ministério da Saúde e em uso nos serviços de saúde para diagnóstico das leishmanioses humanas, é correto afirmar que:
 
a) trata-se de um método sorológico para pesquisa de IgM.
b) utiliza como antígeno, formas amastigotas de Leishmania spp.
c) utiliza como revelador da reação, conjugado fluorescente e azul de Evans.
d) a leitura da reação é feita em microscópio ótico convencional.
e) resultado positivo é considerado a partir da diluição 1:40.

 

20. Uma determinada moléstia que pode causar lesões nas mucosas, pele e cartilagens é transmitida por um artrópode e causada por um protozoário flagelado. Os nomes da doença, do artrópode transmissor e agente causador são, respectivamente:
 
a) Doença de Chagas, barbeiro e Trypanosoma gambiensis;
b) Úlcera de Bauru, mosquito flebótomo e Leishmania braziliensis;
c) Úlcera de Bauru, mosquito anopheles e Leishmania braziliensis;
d) Doença-do-sono, mosca tse-tsé e Trypanosoma cruzi;
e) Malária, mosquito culex e Plasmodium vivax.

 

21. Um resultado positivo pelo ensaio imunoenzimático de ELISA indireto para diagnóstico laboratorial da leishmaniose visceral indica que, naquela amostra, foi possível detectar a presença de:
 
a) ácido desoxirribonucleico (DNA) de Leishmania spp.
b) glicoproteínas de Leishmania spp.
c) antígenos de Leishmania spp.
d) cinetoplastos de Leishmania spp.
e) anticorpos anti-Leishmania spp.